domingo, 19 de dezembro de 2010

BORBOLETINHA

Olá sejam bem vindos,

Chamo-me Selma e meu apelido é borboletinha, devido ao amor que tenho por esses bichinhos desde criança. Bom vou começar contando um pouquinho da minha história de vida, quando tinha 16 anos descobri que estava com câncer ósseo na perna esquerda, fui para o hospital Boldrini realizar o tratamento de quimioterapia, lá fiquei pelo tempo de 6 meses aonde foi me passado à informação que teria que amputar a perna.
Vários amigos do hospital já haviam morrido e também já havia estado na UTI devido a uma complicação com os  rins, desacreditada na medicina tradicional resolvi sair do hospital e procurar um tratamento alternativo. Acreditem isso não foi nada fácil, quiseram até prender o meu pai, hoje dou risada lembrando do episódio, mas confesso que na época foi uma boa loucura, a assistente social do hospital fez com que meu pai assinasse um termo de responsabilidade e a minha médica me deu 3 meses de vida.
Achamos o Dr. Julio César que possui CRM porém atende como médico naturalista, acredita que somos o que comemos, de cara me colocou um desafio comer somente arroz integral, raízes, legumes e verduras crua e um tipo de fruta por dia durante 30 dias. Acreditem nos 2 anos que fiz tratamento ele não me liberou muita coisa além disso, me adaptei e acabei gostando, não sentia dor e voltei a andar gradualmente.
Porém passei uma fase difícil e com 2 anos de tratamento meu tumor voltou a crescer e em uma semana já estava enorme, voltei ao hospital para realizar a amputação. Engraçado confesso que estava em paz, pois dentro de mim sabia que tinha feito todo o possível para ficar com a minha perna, a sensação era de que aquilo estava previsto para mim.
decidi que teria que aceitar e fazer a cirurgia com tranqüilidade, comecei a pensar na prótese, como seria essa nova fase da minha vida, a cirurgia foi realizada em 01/10/98, no dia do aniversário do meu pai, cantamos parabéns com pão integral e uma velhinha antes de ir para a mesa de cirurgia. Recordo-me até hoje que brinquei com o Dr Alejandro que se ele deixasse ao menos meu bumbum já estaria feliz.
Sai da cirurgia e primeira coisa que fiz foi olhar para ver a altura da amputação,  confesso que me assustei, realizei a amputação do fêmur total, ou seja, fiquei desarticulada do quadril em termos leigos, me deixaram só o bumbum mesmo (gargalhadas).
Depois de 1 ano estava namorando, trabalhando e estudando para comprar a prótese tudo de muletas, com a prótese tudo ficou melhor.
Bom resumi um pouquinho da minha história, pois esse ano realizei uma campanha de natal com o objetivo de levar 250 panetones no hospital onde me tratei, para as crianças que estão internadas, além de realizar uma boa ação seria algo muito importante voltar após 11 anos, estando do outro lado da situação.

A idéia da campanha surgiu pois tenho um grande amigo chamado Martin que trabalha como diretor comercial na Pão Pullman, comentei com ele da idéia e verifiquei se haveria uma maneira de me vender a preço de atacado, ele concordou na hora.
Bom pensei de mandar um e-mail divulgando a campanha no intuito de arrecadar R$ 5,00  de cada pessoa, trabalho há 10 anos na Chubb Seguros e confesso que os funcionários abraçaram a campanha,
Junto com os amigos e pessoal do fretado foi uma verdadeira prova que juntos conseguimos muito.
Somente a Luciana e grupo de amigos da Maçonaria já pagaram os panetones, foi ai que percebi que
dava para ajudar mais, como sou madrinha de 2 instituições que abraçam as crianças que tem câncer
começou a correria. Fui na 25 de março comprar brinquedos, depois no Brás comprar roupinhas e quando pude perceber a campanha triplicou o tamanho graças a todos vocês que me ajudaram.

Essa ação me fez perceber como juntos temos um grande poder em mudar e fazer as coisas acontecerem, com a ajuda de cada um de vocês fizemos 270 crianças esquecerem por algumas horas que estão sofrendo, pude pessoalmente testemunhar o sorriso e alegria delas, foi uma grande emoção, me fez refletir o quanto temos que agradecer por nossa saúde e quanto é preciosa quando não a temos. Bom abaixo vou postar algumas fotos e tentar ser somente o veiculo que levou através da sua ação um natal melhor tanto para eles, quanto para nós.



Nessas fotos eu com 14 anos, depois carequinha na fase da quimio e depois com o cabelo crescendo com o Dr Julio Cesar


Aqui no dia do aniversário do papai e dia da minha cirurgia, quando voltei com o joelho enorme para realizar a amputação, depois sem perna na loja de borbados que trabalhava de muleta, na feira de prótese para comprar a minha e por fim com 17 anos com a prótese aprendendo a andar.


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